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107 - A Múmia – Tumba do Imperador Dragão

Posted by ::MaRi:: on 17:00
Revoltai-vos, fãs!

O terceiro filme da série tem pequenos laços de união com os precedentes, mas a principal diferença (ou ausência) de A Múmia – TID é Rachel Weisz: ela se recusou a participar do filme por “divergências no roteiro”.
Logo, entrei no cinema pensando que iam dizer que a Evelyn (personagem antes vivida por ela) morreu, por duas razões: uma porque qualquer pessoa em sã consciência que faz dois filmes de considerável sucesso, com o casal principal tão acolhido pelo público, não vai simplesmente mudar a atriz e fingir que está tudo bem; e depois que quem fizer isso tem um instinto um tanto quanto suicida.
Acontece que colocaram a atriz Maria Bello (sabe, de Duets?) como Evelyn e minha teoria não funcionou. Não posso tirar todo o crédito da novata na série, ela bem que tentou, mas é impossível substituir Weisz em A Múmia. Quem não se lembra de “paciência é uma virtude”? Além dessa decisiva mudança tem mais: Brendan Fraser (no papel de Rick O’Conell). Durante 107 dos 112 minutos de filme ele conseguiu a façanha de simplesmente desaparecer. Onde está o maridão descolado, engraçado e fofo? Não vi.
Acontece que Fraser e Bello não têm química, não como Fraser e Rachel. Não adianta. Esse foi o erro fatal. Não entendi como eles tiraram a Rachel, colocaram outra e apresentaram como A Múmia 3. É revoltante, realmente.
A única pessoa que aparece em todos os filmes e que se salva é John Hannah, ele conseguiu manter o seu personagem: o Jonathan fracote, louco por dinheiro e hilário. Sem comentários sobre as atuações de Jet Li e Michelle Yeoh, eles sabem o que fazem e como fazê-lo bem.
A trama não é de tudo fraca: tem o exército de terracota, o Imperador e a feiticeira. Parei por aí. Parece que a equipe estava tão ocupada com os efeitos especiais e com o próprio Imperador que se esqueceu de elaborar um enredo sentimental melhor: quem viu os outros dois episódios percebeu que Rick e Evelyn O’Conell eram e continuariam sendo bons pais para Alex.
Isso não se concretizou: o “menino” já mal fala com os pais, que o obrigaram a fazer faculdade, abandona os estudos e vai escavar na China, contando com a ajuda do tio, onde encontra a tal tumba do Imperador Dragão. Lá Alex conhece Lin (Isabella Leong) e os dois cultivam uma relação de ódio-amor muito mal desenvolvida. Os O’Conell pais aceitam uma última missão – estavam desesperados com suas vidas de aposentados – e encontram o filho e Jonathan, agora dono de um bar. É então que toda a aventura.
O que o diretor conseguiu fazer bem antes - juntar aventura com romance e múmias - agora fez com que ele caísse: pareceu demais para dar conta, como se ele quisesse juntar tudo e ainda adicionar drama familiar e amor à grandiosa história do Imperador e seu exército, que praticamente rouba a cena. Os efeitos especiais e a fotografia se mantêm no nível de antes, ótimos, talvez os melhores. Palmas para os Yetis!
Os fãs que entram nas salas de cinema animados para ver mais uma aventura da família O’Conell saem felizes, porém por outro motivo: o filme é bom, mas se tirarmos Fraser e Hannah do filme, ele poderia se chamar A Tumba do Imperador Dragão, e talvez nos lembraríamos de A Múmia, talvez.

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